BEIRUTE (Reuters) - Mais de 150 civis, a maioria mulheres e crianças, deixaram as áreas sitiadas da cidade síria de Aleppo através de uma zona de segurança que Moscou e sua aliada Síria afirmam ter criado visando o esvaziamento de áreas mantidas pela oposição ao governo de Damasco.
A televisão estatal síria mostrou neste sábado uma multidão, a maioria mulheres, reunida em uma área da cidade controlada pelo governo, afirmando como as condições nas zonas controladas pelos rebeldes eram difíceis e elogiando o presidente sírio, Bashar al-Assad.
De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 169 civis haviam partido desde quinta-feira através de três passagens de segurança. O ministério também afirmou em um comunicado que 69 rebeldes se entregaram ao Exército.
A agência de notícias estatal síria SANA disse que 169 civis, a maioria mulheres com idade superior a quarenta anos, tinham chegado ao posto de controle de Salah al Din. Não havia imagens de pessoas fazendo tal passagem, além da dificuldade de checar as informações de forma independente.
Assad e seus aliados russos anunciaram na quinta-feira uma operação humanitária conjunta para a área sitiada, bombardeando-a com folhetos pedindo a rendição de combatentes e a saída de civis.
Mas a Organização das Nações Unidas têm levantado dúvidas sobre o plano e as autoridades norte-americanas têm sugerido uma tentativa para despovoar a cidade - o reduto de oposição mais importante do país - para que o Exército possa atacá-la.
A oposição síria classificou a ação como um eufemismo para o deslocamento forçado dos habitantes o que, segundo ela, seria um crime de guerra.
(Reportagem de Suleiman Al-Khalidi; reportagem adicional em Moscou de Lidia Kelly)