Por Mubasher Bukhari
LAHORE, Paquistão (Reuters) - A polícia do Paquistão dispersou manifestantes cristãos da cidade de Lahore, no leste do país, com gás lacrimogêneo e golpes de bastão nesta segunda-feira, um dia depois de suicidas armados de bombas matarem pelo menos 16 pessoas do lado de fora de duas igrejas, declarou a polícia.
Os manifestantes, revoltados com a falta de segurança dos cristãos na nação de maioria muçulmana, bloquearam uma grande rodovia de acesso à cidade.
"A polícia queria que eles se dispersassem pacificamente e não adotou nenhuma ação", disse Nayab Haider, porta-voz da polícia de Lahore.
Mas um atropelamento seguido de fuga que feriu quatro manifestantes provocou a multidão, parte da qual começou a atirar pedras em carros e em propriedades particulares.
"Quando a polícia tentou detê-los, apedrejaram-na e bateram nos policiais com porretes. Em retaliação, a polícia os atacou com golpes de bastão e em seguida com gás lacrimogêneo", afirmou Haider.
Os ataques de domingo, reivindicados por uma facção do Taliban paquistanês, ocorreram com minutos de diferença em um subúrbio majoritariamente cristão de Lahore. A polícia disse que eles visaram duas igrejas, uma católica e uma protestante.
Militantes islâmicos do Paquistão atacaram cristãos e outras minorias religiosas com frequência na última década. Muitos cristãos acusam o governo de fazer pouco para protegê-los.
Após as explosões, moradores revoltados espancaram até a morte e incineraram dois homens suspeitos de envolvimento, segundo um policial, e os manifestantes também se puseram a destruir lojas e a atacar veículos.