Por Andre Paultre e Robenson Sanon
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - A polícia do Haiti deteve nesta quinta-feira ao menos mais dois possíveis membros da gangue de assassinos que matou o presidente Jovenel Moise após uma batalha acirrada que deixou balas espalhadas pelas ruas da capital.
Centenas de moradores bradaram diante da delegacia onde os suspeitos estavam sendo detidos em Porto Príncipe, gritando "queimem-os" e incendiando um veículo que supuseram ser o dos assassinos, de acordo com imagens transmitidas por meios de comunicação haitianos.
Moise, de 53 anos, foi morto a tiros na madrugada de quarta-feira em casa pelo que autoridades disseram ser um comando de matadores treinados, lançando o país mais pobre das Américas em um caos ainda maior em meio a divisões políticas, fome e uma violência de gangues generalizada.
A polícia e o Exército do Haiti rastrearam e cercaram rapidamente os supostos assassinos, que incluíram mercenários estrangeiros, disseram autoridades em um informe na noite de quarta-feira.
Àquela altura, as forças de segurança já haviam matado quatro suspeitos, apreendido dois e libertado três policiais feitos de reféns.
Ainda nesta quinta-feira, uma transmissão ao vivo pela internet mostrou uma van da polícia levando dois suspeitos de aparência abatida algemados juntos e escoltados por agentes usando balaclavas e portando rifles automáticos.
Não está claro quem é o líder legítimo do país de 11 milhões de habitantes após a morte de Moise, e até agora as autoridades não deram um motivo para o assassinato. Desde que tomou posse, ele enfrentava clamores de renúncia e protestos em massa, primeiro devido a alegações de corrupção e à maneira como liderava a economia e depois por seu controle crescente do poder.
(Por Andre Paultre e Robenson Sanon em Porto Príncipe; reportagem adicional de Stefanie Eschenbach na Cidade do México)