Por Bozorgmehr Sharafedin
LONDRES (Reuters) - A polícia do Irã prendeu 100 manifestantes na capital Teerã na segunda-feira, informou o governo local nesta terça, em meio a um aumento da repressão policial contra as manifestações antigoverno iniciadas na semana passada.
As forças de segurança têm tido dificuldade para conter os protestos que irromperam na quinta-feira e continuaram em todo o país, no maior desafio à liderança clerical iraniana em anos.
Os tumultos são os piores desde que multidões foram às ruas em 2009 em repúdio à reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad. Um membro das forças de segurança foi declarado morto na segunda-feira.
"Duzentas pessoas foram presas no sábado, 150 pessoas no domingo e cerca de 100 pessoas na segunda-feira", informou Ali Asghar Naserbakht, vice-governador da província de Teerã, segundo a agência de notícias semioficial Ilna nesta terça-feira.
Centenas de pessoas foram presas em outras cidades. O vice-governador disse que a situação está sob controle em Teerã e que a polícia não pediu ajuda das forças especiais da Guarda Revolucionária.
A agência de notícias Mehr também citou uma autoridade do Judiciário segundo a qual vários líderes de protestos em Karaj, a quarta maior cidade do Irã, foram presos.
Vídeos publicados em redes sociais na segunda-feira mostraram um confronto intenso entre forças de segurança e manifestantes que tentavam ocupar uma delegacia de polícia, que foi parcialmente incendiada, na cidade central de Qahderijan.
Surgiram relatos não confirmados de várias vítimas entre os manifestantes. O governo disse estar restringindo temporariamente o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram. Também houve relatos de que o acesso à internet móvel foi bloqueado em algumas áreas.