PARIS (Reuters) - Dois homens presos na França devido à morte de uma sobrevivente do Holocausto são suspeitos de terem cometido o assassinato por questões religiosas, disse uma fonte judicial nesta terça-feira.
A judia Mireille Knoll, de 85 anos, foi encontrada morta em seu apartamento no 11º distrito de Paris, no centro, na sexta-feira. Ela foi esfaqueada diversas vezes e seu imóvel foi incendiado.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu à morte dizendo estar determinado a acabar com o antissemitismo na França, que abriga a maior comunidade de judeus da Europa Ocidental.
Os suspeitos foram interrogados pela polícia e depois encaminhados a um juiz, que iniciou uma investigação formal de assassinato motivado por filiação real ou suposta a uma religião, além de roubo e dano a propriedade, disse a fonte.
Pela lei francesa, ser posto sob investigação formal muitas vezes faz com que uma pessoa seja submetida a um julgamento, mas nem sempre.
Na infância vivida em Paris, Mireille escapou do aprisionamento de judeus levado a cabo durante a Segunda Guerra Mundial, disse o parlamentar parisiense Meyer Habib. Milhares de judeus foram levados à pista de ciclismo Velodrome d'Hiver em 1942 e de lá para campos de extermínio nazistas.
A comunidade de 400 mil judeus da França vem se queixando há anos de um aumento de crimes de ódio de motivação antissemita.
Em 2015, vândalos danificaram 250 lápides de um cemitério judeu no leste do país poucos dias depois de quatro judeus serem mortos em um ataque a um mercado kosher de Paris.
A morte de Mireille ocorreu exatamente um ano após o assassinato de Sarah Halimi-Attal, de 65 anos, que procuradores acreditam ter sido morta por antissemitas.
(Por Emmanuel Jarry)