LIMA (Reuters) - A polícia prendeu dezenas de manifestantes e usou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar multidões em Lima, capital do Peru, nesta quinta-feira após milhares de residentes protestarem contra as novas tarifas viárias em um contrato dado à construtora brasileira Odebrecht, que está sob investigação de corrupção.
Manifestantes exigiam o cancelamento dos pedágios e marchavam com placas que diziam "Não aos pedágios" e "Abaixo à Corrupção" antes que o conflito começasse. Ao menos um policial ficou ferido, disse o governo.
Filmagens de TV mostraram policiais antimotins dispersando manifestantes enquanto outros corriam ou jogavam pedras. O governo disse que grupos extremistas estavam infiltrados no protesto.
A irritação contra a Odebrecht no Peru tem crescido desde que o conglomerado familiar admitiu no mês passado que passou anos subornando autoridades em dezenas de países, incluindo o Peru.
Em dezembro, o consórcio de rodovias criado pela Odebrecht Rutas de Lima impôs novas tarifas começando em 5 soles (1,49 dólar) para usar a única via que liga populosas comunidades e distritos de trabalhadores nos subúrbios do norte de Lima ao centro da cidade. O salário mínimo no Peru é de 850 soles (252 dólares) por mês.
Residentes classificaram a tarifa, que elevou os preços das passagens de ônibus, de abusivas e disseram que era provavelmente o resultado de um acordo corrupto da companhia para garantir em 2013 a concessão de 30 anos no valor de 500 milhões de dólares. Susana Villaran, prefeita de Lima quando o contrato foi assinado, negou as acusações.
(Por Mitra Taj, Marco Aquino e Reuters TV)