Por Crispian Balmer e Angelo Amante
ROMA (Reuters) - O partido conservador Irmãos da Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, obteve o maior número de votos na eleição italiana para o Parlamento Europeu no fim de semana, reforçando a posição da premiê no país e no exterior.
Com quase todas as cédulas contadas, o Irmãos da Itália obtinha 28,8% dos votos, mais de quatro vezes o que conquistou na última eleição da União Europeia em 2019, e superando os 26% que garantiu no pleito nacional de 2022, quando chegou ao poder.
"Estou orgulhosa de que a Itália se apresentará ao G7, à Europa, com o governo mais forte de todos. Isso é algo que não aconteceu no passado, mas está acontecendo hoje, é uma satisfação e também uma grande responsabilidade", disse Meloni nesta segunda-feira, na sede do partido.
O Partido Democrático, de centro-esquerda e de oposição, ficou em segundo lugar, com 24% dos votos, enquanto outro grupo de oposição, o Movimento 5 Estrelas, ficou em terceiro, com 9,9% - seu pior resultado em nível nacional desde sua criação em 2009.
A votação indicou que a coalizão governista de Meloni, formada por partidos que vão da centro-direita à extrema-direita do espectro político, viu seu apoio subir para mais de 47%, de pouco menos de 43% em 2022.
"Os resultados não foram dados de forma alguma, é uma conquista retumbante e mostra que todos os partidos da maioria conseguiram crescer juntos", disse Meloni na rádio RTL 102.5.
"É um estímulo para que (o governo) siga em frente. Os italianos estão nos dando uma mensagem alta e clara para prosseguirmos com nosso trabalho... e, se possível, com maior determinação."
O Força Itália, fundado pelo falecido Silvio Berlusconi, ficou em quarto lugar, com 9,7% dos votos, superando a Liga, que teve 9,1%, uma decepção para o líder Matteo Salvini, que tem puxado o partido cada vez mais para a direita.
O partido de Meloni tem suas raízes em um grupo neofascista e sua vitória em 2022 deu o tom para os ganhos da extrema-direita em toda a Europa, inclusive na última votação da UE, que viu o continente se inclinar mais para a direita.
No entanto, Meloni tem moderado sua imagem no cenário internacional, abandonando sua retórica anti-UE anterior e se apresentando como uma ponte entre a corrente de centro-direita e seu próprio campo conservador nacional, que anteriormente era evitado.
Seu forte desempenho no domingo contrastou fortemente com os reveses sofridos pelo presidente francês Emmanuel Macron e pelo chanceler alemão Olaf Scholz, cujos partidos foram derrotados.
"O que precisamos é de uma Europa que ouça os cidadãos, que olhe mais para a centro-direita e tenha políticas mais pragmáticas e menos ideológicas", disse Meloni, acrescentando que, dados os resultados, a Itália terá necessariamente um papel fundamental no bloco.