PRISTINA (Reuters) - O primeiro-ministro de Kosovo, Ramush Haradinaj, demitiu nesta sexta-feira o chefe do serviço secreto e o ministro do Interior devido à prisão de seis cidadãos turcos e posterior extradição à sua terra natal.
O premiê disse não ter sido informado sobre a operação de deportação dos seis, que foram presos em Kosovo na quinta-feira devido a ligações com escolas financiadas pelo movimento de Fethullah Gulen, clérigo muçulmano que Ancara culpa por um golpe de Estado fracassado de 2016.
"A operação inteira – revogar seus vistos de residência, detenção, deportação de emergência e extradição secreta dos seis cidadãos turcos do território do Kosovo à Turquia – foi conduzida sem meu conhecimento e sem minha permissão", disse Haradinaj em um comunicado.
Não estava imediatamente claro quando os substitutos do ministro do Interior, Flamur Sefaj, e do chefe do serviço secreto, Driton Gashi, serão nomeados.
Em seu auge, o movimento de Gulen operava escolas em 160 países, do Afeganistão aos Estados Unidos. Após a tentativa de golpe, a Turquia pressionou aliados a fecharem estabelecimentos administrados pela rede de Gulen.
Kosovo também sofreu pressão turca nas últimas semanas para agir contra as escolas custeadas pelo movimento de Gulen.
Ancara disse que os seis homens presos no Kosovo na quinta-feira foram responsáveis por recrutamentos para a rede do clérigo e que ajudaram pessoas acusadas de terem conexões com a rede a deixarem a Turquia durante uma operação de repressão em meio à qual milhares de pessoas perderam os empregos ou foram presas devido às suas supostas ligações com Gulen.
O governo turco acusa Gulen, que mora nos EUA, de orquestrar a tentativa de golpe de 15 de julho de 2016 e qualificou o movimento como uma organização terrorista. Ele nega qualquer relação com o levante mal-sucedido.
(Por Fatos Bytyci)