Por Andrew Hay e Katie Paul
(Reuters) - Alguns norte-americanos preocupados com possível violência após a eleição presidencial dos Estados Unidos estão formando grupos de vigilância da comunidade, outros estão trabalhando na redução de conflitos e há ainda aqueles que estão comprando armas, de acordo com duas dezenas de eleitores, grupos online e dados levantados pela Reuters.
Um medo comum é de que a disputa de 3 de novembro entre o presidente Donald Trump, um republicano, e o desafiante democrata Joe Biden permaneça por muito tempo sem um vencedor claro, levando a protestos que podem se transformar em distúrbios civis ou até mesmo em conflito sectário.
Uma ilustração dessas preocupações ocorreu em Michigan na quinta-feira, com o anúncio de que 13 pessoas foram presas em supostas tramas para sequestrar a governadora do Estado e atacar o edifício do capitólio estadual.
Para norte-americanos como o consultor financeiro David Powell, a maior preocupação é que eles possam ser forçados a tomar partido para proteger os direitos civis, a propriedade privada e até mesmo vidas.
"Não faço parte de nenhum grupo, não quero fazer parte de um grupo, sou um cara normal que está assistindo ao noticiário e ficando muito preocupado", disse Powell, de 64 anos, de Raleigh, na Carolina do Norte. Ele afirmou se preocupar com "bandidos antifa", um termo que os conservadores norte-americanos usam para descrever ativistas antifascistas de esquerda. Ele disse que está preparado para "ficar de guarda" em sua comunidade, se necessário.
Algumas pessoas estão planejando férias no exterior perto do dia da eleição ou indo para retiros rurais. Outros compraram armas para defesa. As vendas de armas de fogo atingiram um recorde mensal de 3,9 milhões em junho, de acordo com dados do FBI. Munições para rifles AR-15 estão em espera em Estados como Washington e Colorado.
"Comprei uma AK-47", disse um advogado de Denver que se identificou como Ewing e pediu que seu nome completo não fosse divulgado. "A munição é barata."
Algumas comunidades e grupos estão tentando diminuir as tensões, muitas vezes sabendo que várias pessoas têm armas de fogo e estão preparadas para usá-las.