PARIS (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, fez uma defesa apaixonada de uma nova Europa em uma coluna de jornal a ser publicada em cada um dos 28 estados-membros, na qual ele apresenta suas ideias para um “renascimento da Europa”, às vésperas das eleições da União Europeia, em maio.
Classificando a eleição como decisiva e alertando para uma Europa em perigo, suas palavras tiveram a intenção de chamar a atenção do bloco, enquanto tenta passar reformas fundamentais para a União Europeia.
A coluna de Macron coincide com tensões cada vez maiores no Ocidente, abalado pelas políticas de “América em Primeiro Lugar” do presidente norte-americano, Donald Trump, e pela saída do Reino Unido da UE. China e Rússia mais assertivas também são grandes desafios ao bloco.
Algumas propostas na coluna serão publicadas em jornais da terça-feira e que incluem desde o britânico Guardian ao alemão Die Welt e ao espanhol El País. As propostas têm como objetivo proteger e defender cidadãos europeus, ao mesmo tempo em que dão ao bloco novo ímpeto diante da competição global.
"Em algumas semanas, as eleições europeias serão decisivas para o futuro do nosso continente. A Europa nunca foi tão necessária desde a Segunda Guerra Mundial como é agora, e nunca a Europa esteve sob tanto risco”, escreveu Macron. “O nacionalismo oferece nada. É um projeto de rejeição.”
As propostas incluem criar uma agência europeia para proteger democracias, que forneceria especialistas para preservar eleições de manipulações e baniria financiamento de potências estrangeiras para partidos políticos europeus.
Macro também sugeriu revisar o sistema Schengen e criar uma política de fronteira comum e um escritório europeu para pedidos de asilo.
O líder francês está concentrado em ser o campeão de uma “Europa que protege” para a eleição europeia em 26 de maio, enquanto busca convencer eleitores com planos que buscam reformar o comércio europeu, a competição, políticas digitais e climáticas, inclusive criando banco climático para financiar a transição ecológica.
Ele também defendeu o banimento de empresas que ameacem interesses estratégicos da Europa e a criação de uma política de defesa de interesses europeus, como fizeram os Estados Unidos.
Como parte dos esforços para convencer cidadãos europeus a não apoiarem nacionalistas, Macron também pediu que instituições europeias e Estados façam parte de uma “Conferência pela Europa” ao fim do ano. O objetivo seria propor mudanças para o projeto político do bloco, sem tabus, inclusive revisando tratados existentes.
“Nesta Europa, as pessoas terão realmente tomado de volta o controle de seus destinos; nesta Europa, o Reino Unido, tenho certeza, encontrará seu lugar”, escreveu Macron.