MANILA (Reuters) - Autoridades das Filipinas procuraram minimizar nesta sexta-feira os comentários do presidente do país --que anunciou sua "separação" dos Estados Unidos um dia antes-- esclarecendo que a nação irá manter seus laços comerciais e econômicos com os norte-americanos.
O presidente Rodrigo Duterte fez seus comentários em Pequim, onde foi abrir caminho ao que classifica como uma nova aliança comercial no momento em que as relações com Washington, aliado de longa data, se deterioram.
Ele disse a empresários chineses e filipinos em um fórum no Grande Salão do Povo que a América "agora perdeu".
"Eu me realinhei em seu fluxo ideológico e talvez também vá à Rússia conversar com (o presidente russo, Vladimir) Putin e lhe diga que há três de nós contra o mundo --China, Filipinas e Rússia. É o único caminho."
"Com isso, neste local, excelências, neste local eu anuncio minha separação dos Estados Unidos. Tanto no (setor) militar, talvez não no social, mas também no econômico."
Os esforços de Duterte para engajar a China, meses depois de um tribunal de Haia arbitrar a favor das Filipinas nas disputas referentes ao Mar do Sul da China, marcam uma reversão na política externa desde que o ex-prefeito de 71 anos assumiu o cargo em 30 de junho.
O secretário de Comércio, Ramon Lopez, tentou explicar os comentários de Duterte.
"Em termos (de laços) econômicos, não estamos interrompendo comércio e investimento com a América. O presidente mencionou especificamente seu desejo de fortalecer ainda mais os laços com a China e a região da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), com quem fazemos comércio há séculos", disse Lopez à CNN das Filipinas em Pequim.
"Mas com certeza não iremos interromper as atividades de comércio e investimento com o Ocidente, especificamente com os EUA."
(Reportagem de Neil Jerome Morales)