Por Ori Lewis
JERUSALÉM (Reuters) - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, determinou nesta sexta-feira a suspensão de todo contato oficial com Israel até que o país remova novas medidas de segurança em um local sagrado de Jerusalém.
Confrontos diários estão ocorrendo entre palestinos e forças de segurança israelenses do lado de fora do santuário, e três pessoas morreram nesta sexta, quando houve confrontos durante protestos contra a instalação de detectores de metais nas entradas do santuário, conhecido pelos muçulmanos como Nobre Santuário e pelos judeus como Monte do Templo.
"Eu declaro a suspensão de todos os contatos com o lado israelense em todos os níveis até que Israel cancele suas medidas na mesquita de Al-Aqsa e preserve o status quo", disse Abbas em um breve discurso televisionado depois de se reunir com assessores, referindo-se a uma mesquita que faz parte do local sagrado.
O conjunto Nobre Santuário-Monte do Templo, que contém o Domo de Rocha e a mesquita Al-Aqsa, tem sido uma fonte de conflitos religiosos. Desde que Israel anexou a Cidade Velha, incluindo essa região, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local também se tornou um símbolo do nacionalismo palestino.
Israel reforçou a segurança na Cidade Velha de Jerusalém nesta sexta-feira e preparou-se para possíveis confrontos com religiosos muçulmanos depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu manter detectores de metal no local sagrado.
O Ministério da Saúde palestino informou que Mohammed Sharaf, de 17 anos, e Mohammad Hassan Abu Ghannam, de idade desconhecida, morreram por ferimentos de tiros em dois bairros de Jerusalém Oriental, um pouco distantes do epicentro da tensão na Cidade Velha. O ministério relatou posteriormente uma terceira morte palestina, de Mohammed Lafi, de 18 anos.
Não ficou imediatamente claro quem disparou os tiros, com relatos da mídia não confirmados informando que um israelense de um assentamento próximo na Cisjordânia ocupada foi responsável pela morte de Sharaf.
O Canal 10 de Israel relatou que uma criança de oito anos havia morrido por inalação de gás lacrimogêneo, mas o relato não pôde ser confirmado.
Mais tarde, três israelenses foram esfaqueados até a morte e um quarto foi ferido em um ataque no assentamento israelense da Cisjordânia de Neve Tsuf, segundo o exército israelense e a mídia.
O exército disse em um comunicado que o agressor também foi baleado. Não havia informação se ele havia sido morto ou estava ferido.
A Rádio Israel identificou o agressor como um palestino de 19 anos da aldeia da Cisjordânia, Khobar, perto de Ramallah.