NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Tribunal Penal Internacional pode investigar supostos crimes cometidos por militantes do Estado Islâmico na Líbia, mas caberá primeiro aos países individualmente processar seus cidadãos acusados de tais delitos, afirmou uma promotora do tribunal sediado em Haia nesta terça-feira.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) já havia pedido ao tribunal em 2011 para investigar crimes cometidos desde o início da insurreição naquele mesmo ano que levou à queda do líder Muammar Gaddafi.
A Líbia, desde então, mergulhou no caos, com dois governos rivais apoiados por brigadas de milícias que disputam o controle do país produtor de petróleo, criando refúgios para militantes islâmicos e traficantes.
A promotora do TPI Fatou Bensouda disse ao Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira que estava ciente dos pedidos do órgão para que haja responsabilização pelos alegados crimes contra civis cometidos por grupos que reivindicam lealdade ao Estado Islâmico.
"Meu gabinete considera que a jurisdição do TPI sobre a Líbia, à primeira vista, se estende a esses supostos crimes", disse Bensouda. "Lembro, no entanto, o princípio de que os Estados, em primeira instância, tem a responsabilidade primária de investigar e julgar os seus nacionais que uniram forças com (Estado Islâmico) e são acusados de cometer crimes."
Militantes leais ao Estado Islâmico reivindicaram vários ataques de alto perfil contra estrangeiros na Líbia neste ano, incluindo a decapitação de 21 cristãos egípcios em fevereiro. Esse ataque fez o Egito lançar uma campanha de ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico na Líbia.
(Reportagem de Michelle Nichols)