Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - Promotores federais rejeitaram a acusação de Sean "Diddy" Combs de que agentes do governo vazaram provas para prejudicar sua defesa contra acusações criminais de tráfico sexual.
Eles disseram ainda que o magnata da música não merece uma lista de nomes de seus acusadores.
Em um processo apresentado na noite de quarta-feira no tribunal federal de Manhattan, os promotores disseram que Combs estava "dando um tiro no escuro" ao alegar que foi vítima de vazamentos, incluindo um vídeo de vigilância de hotel de 2016 que o mostra agredindo fisicamente a ex-namorada Casandra Ventura, conhecida como Cassie.
Os promotores disseram que Combs não conseguiu demonstrar que qualquer informação foi vazada do grande júri que o investiga, acrescentando que Combs sabe que o vídeo "altamente probatório" veio de outro lugar.
Eles também disseram que sua exigência pelos nomes dos acusadores é um esforço "velado" para sequestrar o caso do governo e ajudá-lo a se defender publicamente contra mais de duas dúzias de homens e mulheres que estão movendo ações civis sobre sua suposta má conduta sexual.
"Essa solicitação imprópria deve ser negada em sua totalidade, especialmente aqui, onde há preocupações sérias e contínuas com a segurança, adulteração e intimidação de vítimas e testemunhas", disseram os promotores.
Combs se declarou inocente de conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para se envolver em prostituição, negando ter cometido irregularidades em processos civis.
Os promotores disseram que ele receberá uma quantidade significativa de provas, incluindo uma lista de testemunhas, à medida que seu julgamento criminal de 5 de maio de 2025 se aproximar.
Um advogado de Combs se recusou a comentar nesta quinta-feira.
A equipe jurídica de Combs argumentou que o fundador da gravadora Bad Boy não deveria ter que "jogar um jogo de adivinhação" para se defender de alegações "infundadas" nos processos civis dos acusadores, muitos deles usando pseudônimos, que buscam grandes pagamentos.
No documento judicial desta quarta-feira, os promotores também disseram que o pedido de Combs por uma ordem de silêncio contra testemunhas e advogados era discutível.
Eles citaram uma ordem de 25 de outubro do juiz distrital Arun Subramanian exigindo que as duas partes cumprissem as regras do tribunal local.
O esforço de Combs para desmascarar seus acusadores recebeu um impulso na quarta-feira, quando a juíza distrital dos EUA, Mary Kay Vyskocil, em Manhattan, disse que uma mulher que processa Combs por um suposto estupro em 2004 não pode permanecer anônima.
Vyskocil citou o interesse de Combs em investigar a credibilidade da mulher e o interesse público em processos judiciais abertos.
Outros juízes podem optar por aplicar seu raciocínio, que usou uma regra federal que rege casos civis.
Combs foi preso em 16 de setembro e está apelando de sua prisão de mais de seis semanas no problemático Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, onde dois detentos foram fatalmente esfaqueados neste ano. Ele completa 55 anos na segunda-feira.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
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