Por Luke Baker
JERUSALÉM (Reuters) - Imagens da polícia israelense atirando granadas de efeito moral geralmente são registradas na Cisjordânia e envolvem manifestantes palestinos, mas, no domingo, a situação foi diferente - a tropa de choque da polícia em confronto com milhares de judeus etíopes no centro de Tel Aviv.
A manifestação ocorreu por conta de um vídeo publicado há uma semana que mostra dois policiais israelenses socando e tentando prender um soldado israelense de ascendência etíope, no que aparentou ser um ataque sem motivos.
O vídeo de dois minutos de duração é o incidente mais recente de uma série que levantou questões sobre o tratamento de minorias étnicas por Israel e a luta para integrar recém-chegados em uma sociedade mais ampla, sejam judeus ou não.
Alguns analistas destacaram o racismo latente no país que recebeu milhões de imigrantes nos últimos 60 anos, mas ainda agoniza sobre diferenças entre judeus do Oriente Médio e da Europa, relações com a minoria árabe e como lidar com os imigrantes africanos.
"Existe um problema, questões de discriminação, existe racismo em Israel", disse Fentahun Assefa-Dawit, diretor da Tebeka, grupo de advocacia para etíopes israelenses, que somam cerca de 130 mil, muitos nascidos em Israel.
"Queremos que o primeiro-ministro assuma essa questão em suas mãos", disse Assefa-Dawit momentos antes de se encontrar com o premiê Benjamin Netanyahu para discutir sobre o comportamento da polícia e as manifestações.