PARIS (Reuters) - Seis meses após o início dos protestos contra o presidente francês, Emmanuel Macron, o número de manifestantes de "coletes amarelos" que reclamam do alto custo de vida na França atingiu seu ponto mais baixo após semanas seguidas de comparecimento cada vez mais fraco.
A polícia usou gás lacrimogêneo contra alguns manifestantes na cidade de Toulouse, no sul do país. Os protestos, porém, transcorreram em sua maior parte pacificamente na 29a semana seguida de atos, desde o primeiro em novembro do ano passado, alguns dos quais se tornaram violentos.
Em torno de 9 mil pessoas foram às ruas da França neste 1 de junho, estimou o Ministério do Interior, cerca de 1,5 mil dos quais em Paris. O número é menor do que os 12,5 mil estimados no sábado anterior, e bem distante dos 300 mil que chegaram a ocupar rotatórias e fechar vias no que começou como uma revolta contra uma alta nos impostos sobre combustíveis.
O mais recente protesto anti-governo ocorreu em um fim de semana de feriado prolongado e de temperatura elevada para muitos franceses, embora o comparecimento tenha decaído também por todo o mês de maio.
A queda dá algum alívio para Macron, que foi forçado a adiar algumas reformas e fazer caras concessões para tentar conter os protestos, além de ter de buscar meios de elevar o poder de compra.
Mesmo assim o governo ainda está em apuros. Entrou em vigor neste sábado um aumento de 5,9 por cento nos preços de energia cobrados pela estatal EDF (PA:EDF) – maior alta dos últimos anos. A medida havia sido adiada antes devido aos protestos.
Um segundo aumento nos preços de energia elétrica na França, em agosto, não pode ser descartado, embora seja indesejável, disse a ministra interina de Ecologia, Emmanuelle Wargon, na sexta-feira.
A polícia francesa tem sido criticada por grupos de defesa de direitos civis pelo uso de pesados armamentos para controle de multidões, incluindo armas com balas de borracha.
"Desde que vi uma jovem ficar ferida, não pude parar", disse Roland, um manifestante de 71 anos, em Paris.
(Reportagem de Emmanuel Jarry, Antony Paone e Pascale Antonie)