Por Aaron Ross
KINSHASA (Reuters) - Ao menos 42 pessoas foram mortas em três dias de protestos na República Democrática do Congo devido a uma proposta de reforma judicial que a oposição diz ter o objetivo de manter o presidente Joseph Kabila no poder por anos, disse um grupo de defesa dos direitos civis.
O número representa o triplo da estimativa de mortos oficial.
O secretário-geral para a África da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), Paul Nsapu, disse que a maioria das vítimas foi morta pelas forças de segurança do governo durante protestos políticos.
O governo afirmou que apenas 15 pessoas foram mortas e disse que a maioria das vítimas foi alvejada por guardas de segurança privada ao realizar saques.
"Em sua maioria, essas pessoas foram morta enquanto avançavam no protesto", disse Nsapu à Reuters por telefone, acrescentando que mais de 100 pessoas ficaram feridas. "Não se espera que o governo se comporte como um grupo rebelde."
Em um terceiro dia de protestos nesta quarta-feira, a polícia lançou gás lacrimogêneo contra manifestantes no campus de uma universidade na capital Kinshasa, disse um testemunha da Reuters. Confrontos também ocorreram em três outras áreas da agitada capital, disseram fontes de segurança.
No bairro central de Matete, uma testemunha disse nesta quarta-feira que as forças de segurança atiraram com munição de verdade contra os manifestantes, que tinham erguido barricadas de pneus em chamas nas ruas e revidaram lançando pedras.
A oposição convocou os protesto na segunda, numa tentativa de assumir o controle do Parlamento e impedir a aprovação pelos legisladores de uma reforma do código eleitoral, segundo a qual seria necessária a realização de um censo antes da eleição presidencial em 2016. A oposição diz que levariam anos para organizar uma contagem populacional do tipo.