Por Andrew Hay
(Reuters) - Grupos progressistas dos Estados Unidos estão se preparando para protestos por todo o país caso o presidente Donald Trump demita o procurador especial que investiga envolvimento russo na eleição norte-americana de 2016, ou substitua a autoridade do Departamento de Justiça que supervisiona a investigação.
Uma demissão do procurador especial Robert Mueller sinalizaria que Trump está agindo como se estivesse acima da lei, informou a MoveOn.org, que está planejando 800 manifestações espalhadas pelo país.
Cada Estado terá ao menos uma manifestação “Ninguém está Acima da Lei” e ao menos 320 mil pessoas se comprometeram a participar até o momento, segundo o site da organização.
Trump também irá provocar protestos se demitir o vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, que é responsável por supervisionar a investigação sobre a Rússia, ou se conceder indultos a associados alvos da investigação, como o ex-diretor de sua campanha, Paul Manafort, segundo a MoveOn.
Trump sem sido crítico à investigação de Mueller, chamando-a de “caça às bruxas”. Ele ameaçou demitir Mueller após o FBI realizar operação no escritório e na casa de seu advogado pessoal na segunda-feira, baseada em parte em referência do procurador especial.
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Paul Ryan, disse nesta quarta-feira que lhe asseguraram que Trump não planeja demitir Mueller.
Outros grupos por trás dos protestos planejados incluem Amigos da Terra, a Federação Americana de Professores e organizações de veteranos, segundo a MoveOn.
“Nós não podemos ter o maior cargo do país isento de cumprir a lei”, disse o presidente da Amigos da Terra nos EUA, Erich Picha, por telefone, acrescentando que seu grupo irá apoiar impeachment de Trump se ele demitir Mueller.
A MoveOn disse que a demissão de Mueller criaria uma crise constitucional e comparou o ato à ação do presidente Richard Nixon para demitir autoridades investigando o escândalo Watergate.
A Casa Branca informou na terça-feira que Trump “acredita ter o poder” para demitir Mueller, que ampliou sua investigação sobre se a campanha de Trump conspirou com Moscou.
A Rússia nega ter envolvimento na eleição e Trump tem dito que não houve conluio entre sua campanha e a Rússia.