Por Dmitry Solovyov
MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, suspendeu nesta segunda-feira um acordo com os Estados Unidos para o descarte de plutônio de uso militar por causa de atos "inamistosos" de Washington, disse o Kremlin.
Uma porta-voz do Kremlin disse que Putin assinou um decreto suspendendo o acordo de 2010, mediante o qual cada lado se comprometia a destruir toneladas de material de uso em armas, porque os EUA não o estavam cumprindo com sua parte e por causa das tensões atuais nas relações.
Os dois ex-adversários da Guerra Fria estão em desacordo a respeito de uma série de questões do cenário global, incluindo a Ucrânia, onde a Rússia anexou a Crimeia em 2014 e apoia separatistas pró-Moscou, e o conflito na Síria.
O acordo, que foi assinado em 2000 mas só entrou plenamente em vigor em 2010, está sendo suspenso devido ao "surgimento de uma ameaça à estabilidade estratégica e como resultado de ações inamistosas dos Estados Unidos da América contra a Federação Rússia", disse o decreto do Kremlin.
O documento ainda disse que Washington foi incapaz "de garantir a implementação de suas obrigações para utilizar o excedente de plutônio de uso em armas".
Os laços entre Moscou e Washington praticamente foram congelados por causa da Crimeia e do apoio russo aos separatistas no leste ucraniano na esteira de protestos em Kiev que derrubaram o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich.
Washington liderou uma campanha de imposição de sanções econômicas ocidentais à Rússia por seu papel na crise ucraniana.
As relações azedaram ainda mais no ano passado, quando a Rússia enviou aviões de guerra para uma base aérea síria para proporcionar ajuda às tropas do presidente da Síria, Bashar al-Assad, que combatem rebeldes no país.