OUAGADOUGOU (Reuters) - Agressores não identificados mataram quatro católicos e destruíram uma estátua da Virgem Maria no norte de Burkina Faso, disse um bispo nesta terça-feira, no terceiro ataque fatal contra cristãos no país do oeste africano em duas semanas.
Paul Ouedraogo, presidente da conferência episcopal de Burkina Faso e do vizinho Níger, não deu mais detalhes sobre o ataque de segunda-feira contra a diocese de Ouahigouya, mas a ação confirma uma tendência de crescimento da violência sectária em meio ao fortalecimento da insurgência jihadista.
A violência ameaça reverter as relações tradicionalmente pacíficas entre a comunidade de maioria muçulmana de Burkina Faso e os cristãos, que representam até um quarto da população.
Falando a outros bispos na capital Ouagadougou, Ouedraogo disse que um padre do oeste do Níger também foi baleado na mão e na perna na segunda-feira, mas que ele sobreviveu.
"Tudo isso indica que nossa nação do oeste africano está profundamente conturbada", disse.
Os ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al Qaeda cresceram neste ano em Burkina Faso e na fronteira com a região do Sahel, área de vegetação rasteira ao sul do deserto do Saara.
Eles vêm se empenhando em semear tensões étnicas entre comunidades agrícolas e pastoris do Máli, Burkina Faso e Níger para intensificar o recrutamento em comunidades marginalizadas.
Ninguém assumiu a autoria do ataque à igreja ainda, mas após atiradores matarem um padre católico e cinco paroquianos, no domingo, o governo de Burkina Faso culpou "grupos terroristas... atacando a religião com o fim macabro de nos dividir".