PARIS (Reuters) - O partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional, que lidera a disputa pelas eleições europeias na França, não sentará mais ao lado do Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão) no Parlamento Europeu, após o principal candidato do AfD dizer que os membros da força nazista SS não eram "todos criminosos.
Segundo lugar nas pesquisas de opinião da Alemanha antes das eleições de junho, o AfD, de extrema-direita, passou a ser observado de perto após figuras de alto escalão participarem de uma reunião na qual houve discussões sobre a deportação de imigrantes e por acusações de que abriga agentes da Rússia e da China.
Na semana passada, um tribunal alemão decidiu que serviços de segurança doméstica podem continuar mantendo o AfD sob vigilância como um partido potencialmente extremista.
Em uma entrevista publicada no último fim de semana, o principal candidato do AfD, Maximilian Krah, disse ao jornal italiano La Repubblica que "nem todos da SS eram criminosos".
A SS, ou "Schutzstaffel", foi a principal força paramilitar do Partido Nazista de Adolf Hitler e, entre suas várias funções, teve um papel de liderança no Holocausto, o massacre de 6 milhões de judeus e outros grupos visados pelos nazistas.
"O AfD cruzou linhas que eu vejo como vermelhas", disse Jordan Bardella, chefe da lista de candidatos do Reagrupamento Nacional, durante um debate eleitoral na emissora de televisão francesa LCI.
Ele acrescentou que o RN irá construir "novas alianças" após a eleição, com o objetivo de fazer parte do maior grupo possível no Parlamento.
As pesquisas sugerem que os partidos nacionalistas e eurocéticos devem receber um número recorde de votos em junho. Espera-se que os eleitores punam os partidos tradicionais por não conseguirem proteger as famílias da alta inflação, conter a imigração ou oferecer moradia e saúde adequadas.
Partidos de extrema-direita no Parlamento Europeu estão atualmente divididos entre os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), cuja líder de fato é a primeira-ministra italiana Georgia Meloni, e o grupo Identidade e Democracia (ID), encabeçado pelo RN que inclui o AfD.
(Reportagem de Benoit Van Overstraeten)