(Reuters) - O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, disse que seus comentários a um jornal italiano de que o Real Madrid recusaria o convite da Fifa para participar do Mundial de Clubes não foram interpretados da maneira que ele pretendia, e o clube da La Liga reiterou seu desejo de jogar o torneio.
De acordo com o Il Giornale, Ancelotti disse em entrevista nesta segunda-feira que a Fifa subestimou a remuneração que o 15 vezes vencedor da Liga dos Campeões deveria receber no torneio renovado com 32 equipes.
"A Fifa pode esquecer, os jogadores de futebol e os clubes não participarão desse torneio", afirmou Ancelotti, segundo o jornal.
No entanto, o italiano se distanciou desses comentários em uma postagem nas redes sociais.
“Nada poderia estar mais longe do meu interesse do que rejeitar a possibilidade de disputar um torneio que considero uma grande oportunidade para continuar a lutar por títulos importantes com o Real Madrid”, disse.
O Real Madrid afirmou que sua participação no torneio nunca foi questionada.
“Nosso clube participará, conforme planejado, desta competição oficial que encaramos com orgulho e com o maior entusiasmo para mais uma vez fazer com que os nossos milhões de torcedores em todo o mundo sonhem com um novo título”, disse o clube no comunicado.
O renovado torneio internacional da Fifa, com 32 equipes, está programado para ser realizado nos Estados Unidos no final da próxima temporada, com os 12 clubes mais bem classificados da Europa entre os convidados.
Ancelotti, um dos técnicos de futebol mais bem-sucedidos da Europa, ganhou o Mundial de Clubes três vezes e a Liga dos Campeões cinco vezes.
"Um único jogo do Real Madrid vale 20 milhões e a Fifa quer nos dar essa quantia por todo o torneio. Negativo. Assim como nós, outros clubes recusarão o convite", teria dito o treinador na entrevista.
Ancelotti, que levou o Real à dobradinha ao conquistar a Liga dos Campeões e a LaLiga na última temporada, disse que houve muita pressão sobre os treinadores ultimamente, mas que ele conseguiu manter a paixão por seu trabalho.
"Não vejo nada particularmente novo, esse sempre foi nosso trabalho, mas o caso de Juergen Klopp (ex-técnico do Liverpool) é significativo. A pressão continua, o fardo da responsabilidade se torna muito pesado, a obsessão toma conta", disse ele.
"Mantenho minha paixão, é assim que vivo a partida, o jogo, meu trabalho; sempre carreguei esse equilíbrio comigo. Superei momentos que nem sempre foram positivos; depois da minha experiência no Everton, eu estava fora do radar, achavam que eu estava acabado, que estava velho."
Com as três competições europeias de clubes ampliadas para 36 equipes a partir da próxima temporada, o Mundial de Clubes foi alvo de críticas por saturar o calendário do futebol.
Em maio, a Fifa disse que não consideraria a possibilidade de reprogramar o Mundial de Clubes com 32 equipes depois que o sindicato global de jogadores FifPRO e a Associação das Ligas Mundiais (WLA) ameaçaram entrar com uma ação legal se a entidade que comanda o futebol mundial não revisse seus planos.
(Reportagem de Shifa Jahan, em Kolkata, e Camilla Borri, em Gdansk)