Por Tom Perry
BEIRUTE (Reuters) - As forças do governo da Síria e seus aliados apoiados pelo Irã enfrentarão "vulcões de fogo" se cumprirem a promessa de lançar uma ofensiva no sudoeste controlado pela oposição, disse um comandante rebelde à Reuters nesta terça-feira.
O sudoeste sírio entrou no foco desde que o presidente Bashar al-Assad e seus aliados eliminaram os últimos bastiões rebeldes remanescentes próximos de Damasco e Homs.
Assad prometeu recuperar áreas dominadas pela oposição perto das fronteiras da Jordânia e das Colinas de Golã, ocupadas por Israel, e forças governamentais e aliadas estão se mobilizando. Uma grande conflagração nesta área ameaça agravar a guerra de sete anos, que já matou estimadas 500 mil pessoas.
A violência irrompeu em várias partes do sudoeste nesta terça-feira, e aviões do governo lançaram ataques aéreos perto de um vilarejo rebelde --mas ainda não se viu nenhum sinal da grande ofensiva prometida pelo governo, disse o grupo de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Na semana passada os Estados Unidos avisaram que adotarão "medidas firmes e apropriadas" em reação às violações da parte do governo sírio de um acordo de redução da violência que firmou com a Rússia no ano passado para conter o conflito no sudoeste.
"Todos estão em guarda. Continuamos comprometidos com o acordo de redução da violência, mas se o regime lançar qualquer ataque em qualquer setor do sul, enfrentará vulcões de fogo", disse Nassim Abu Arra, comandante das Forças da Juventude de Sunna, um dos principais grupos do Exército Livre da Síria no sul do país.
Rebeldes atacaram um comboio militar que levava reforços de madrugada na área de Khirbat Ghazala, desencadeando confrontos entre a meia-noite e as 2h, disse.
Os ataques aéreos próximos do vilarejo de Al-Masika foram uma resposta a um outro ataque opositor que destruiu um tanque, acrescentou.
A rede de televisão estatal síria Ikhbariya relatou que uma criança morreu durante um ataque de mísseis de insurgentes na mesma área. A agência estatal de notícias Sana disse que projéteis rebeldes também atingiram a cidade de Deraa, matando uma menina de madrugada, e a cidade de Sweida, onde causaram danos materiais.
Famílias fugiram de Busra al-Harir, cidade comandada pelos insurgentes, temendo que ela fosse atingida, disseram ativistas.