ISTAMBUL/BEIRUTE (Reuters) - Rebeldes da Síria apoiados pela Turquia e por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos estão se aproximando do vilarejo de Dabiq, que está nas mãos do Estado Islâmico e é o local de uma profecia apocalíptica central para a ideologia do grupo militante.
Grupos rebeldes do Exército Livre da Síria (FSA, na sigla em inglês) vêm rumando para o sul na direção de territórios do Estado Islâmico, uma operação auxiliada pelos turcos desde 24 de agosto, e ocuparam vilarejos próximos de Dabiq nos últimos dias. Um líder insurgente disse que o plano é chegar à localidade em 48 horas, mas alertou que o Estado Islâmico minou a área intensamente, um sinal de sua importância para a facção.
Embora Dabiq, vilarejo localizado no interior relativamente plano ao nordeste de Aleppo, tenha pouco valor estratégico, é visto pelo Estado Islâmico como o local onde irá ocorrer uma batalha definitiva entre muçulmanos e infiéis, abrindo caminho para o Juízo Final.
O grupo batizou sua revista digital em inglês de Dabiq, e em abril e maio enviou cerca de 800 combatentes para defendê-lo de avanços das Forças Democráticas da Síria, encabeçadas pelos curdos, disse o Observatório Sírio de Direitos Humanos nesta segunda-feira.
"Se as coisas correrem como planejadas, dentro de 48 horas estaremos em Dabiq", disse Ahmed Osman, comandante do grupo Sultão Murad, parte do FSA, em uma gravação de voz enviada à Reuters.
Mas o Estado Islâmico espalhou muitas minas pela área, tornando o progresso nos arredores de Turkman Bareh mais lento do que em outras áreas, disse Osman, acrescentando que 15 mortes nas fileiras insurgente nas últimas 24 horas foram causadas por minas e morteiros.
A coalizão anti-Estado Islâmico comandada pelos EUA está apoiando ativamente os rebeldes à medida que eles avançam até "alguns poucos quilômetros de seu bastião enfraquecido" de Dabiq, escreveu Brett McGurk, enviado especial de Washington para a coalizão, no Twitter.