ARGEL (Reuters) - Rebeldes liderados por tuaregues do Mali assinaram nesta quinta-feira um acordo de paz preliminar com o governo como um ato de "boa vontade" para acabar com décadas de conflitos separatistas, mas disseram que vão precisar de mais garantias antes de assinar um acordo final.
O governo do Mali aceitou o acordo intermediado pela ONU e pela Argélia em março, mas a aliança liderada pelos tuaregues argumentou que a proposta não atende a todas as demandas para a região norte, que eles chamam de Azawad, e confrontos esporádicos continuam.
Potências ocidentais querem um acordo conclusivo, com medo de que uma possível turbulência possa permitir a volta de militantes islâmicos ao norte, após serem expulsos por uma intervenção militar francesa.
A aliança rebelde Coordenação dos Movimentos Azawad, conhecida pela sigla CMA, informou que ainda é precisa mais trabalho para um acordo conclusivo com o governo. Disseram nesta semana que não iriam participar da cerimônia de assinatura definitiva, planejada para sexta-feira, em Bamako.
"Apesar das limitações, a CMA concorda em assinar este documento no espírito de boa vontade", disse o representante rebelde Ibrahim Mohamed Essadek, lendo uma declaração da liderança da aliança. "Alguns de seus aspectos precisam ser trabalhados com mediadores e o governo do Mali", acrescentou.
Os tuaregues se rebelaram quatro vezes desde a independência do Mali da França em 1960. Mais recentemente, formaram uma aliança com militantes islâmicos em 2012 para tomar o norte do país. Uma intervenção militar liderada pela França dispersou os insurgentes, embora ainda aconteçam ataques isolados.
(Reportagem de Patrick Markey e Lamine Chikhi)