Por Lesley Wroughton e David Brunnstrom
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou nesta segunda-feira 113 milhões de dólares em novas tecnologias, energia e iniciativas de infraestrutura na Ásia emergente, no momento em que a China está investindo bilhões de dólares na região.
Em meio aos atritos comerciais crescentes com Pequim, o anúncio de Pompeo visou fortalecer a estratégia "indo-pacífica" do presidente dos EUA, Donald Trump, que almeja apresentar Washington como um parceiro confiável na região.
Pompeo disse que os EUA buscam uma Ásia "livre e aberta", sem o domínio de nenhum país, o que pareceu uma referência ao poder econômico crescente da China e às tensões elevadas no disputado Mar do Sul da China.
"Como tantos de nossos aliados e amigos asiáticos, nosso país lutou por sua própria independência de um império que esperava deferência", disse Pompeo à Câmara de Comércio. "Nós, portanto, jamais buscamos e jamais buscaremos o domínio indo-pacífico, e nos oporemos a qualquer país que o faça".
"Estes fundos representam somente uma primeira parcela de uma nova era de comprometimento econômico dos EUA com a paz e a prosperidade na região indo-pacífica".
Pompeo disse que nesta semana visitará Malásia, Cingapura e Indonésia, onde planeja anunciar um novo auxílio de segurança.
Uma autoridade de alto escalão dos EUA disse que os investimentos norte-americanos não pretendem se contrapor à iniciativa Cinturão e Rota da China, que envolve dezenas de nações em projetos de infraestrutura majoritariamente estatais estimados em um trilhão de dólares ligando Ásia, partes da África e Europa.Eswar Prasad, professor de comércio da Universidade Cornell e ex-chefe da divisão da China no Fundo Monetário Internacional (FMI), disse que as iniciativas norte-americanas são tímidas quando comparadas aos investimentos chineses."Na escala e na abrangência, estas iniciativas empalidecem em relação às iniciativas comparáveis da China", opinou. "Isso também enfatiza a distinção entre a abordagem da China de iniciativas estatais grandes e ousadas e o papel muito mais modesto do governo dos EUA".(Reportagem adicional de Marius Zaharia, em Hong Kong, e Daphne Psaledakis e David Lawder, em Washington)