Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - A Finlândia é o país mais feliz do mundo, de acordo com um levantamento anual divulgado nesta quarta-feira que ainda revelou que os norte-americanos estão se tornando menos felizes, apesar de o país ter enriquecido.
Burundi ficou em último lugar no Relatório da Felicidade Mundial de 2018 da Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis (SDSN) da Organização das Nações Unidas (ONU), que listou 156 países de acordo com fatores como Produto Interno Bruto (PIB) per capita, amparo social, expectativa de vida saudável, liberdades sociais, generosidade e ausência de corrupção. O Brasil ficou na 28ª colocação.
Convivendo bem com seus invernos rigorosos e escuros, os finlandeses disseram que o contato com a natureza, a segurança, as creches, as boas escolas e o sistema de saúde gratuito estão entre as melhores coisas de sua nação.
"Brinquei com os outros americanos que estamos vivendo o sonho americano aqui na Finlândia", disse Brianna Owens, que deixou os Estados Unidos e agora é professora em Espoo, a segunda maior cidade da Finlândia, com uma população de cerca de 280 mil habitantes.
"Acho que tudo nesta sociedade é criado para as pessoas serem bem-sucedidas, começando com as universidades e os transportes, que funcionam realmente bem", disse Brianna à Reuters.
A Finlândia, que ocupou a quinta colocação no ano passado, tomou a liderança da Noruega. Os 10 mais bem colocados na lista de 2018, como sempre dominada pelos nórdicos, foram Finlândia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Suíça, Holanda, Canadá, Nova Zelândia, Suécia e Austrália.
Os EUA apareceram na 18ª posição, quatro a menos do que em 2017, o Reino Unido ficou em 19º e os Emirados Árabes Unidos em 20º.
Um capítulo do relatório de 170 páginas é dedicado a problemas de saúde emergentes como a obesidade, a depressão e o surto de dependência de opiáceos, especialmente nos EUA, onde a prevalência dos três cresceu mais rápido do que na maioria dos outros países.
Embora a renda per capita norte-americana tenha aumentado acentuadamente no último meio século, a felicidade vem sendo abalada pelo enfraquecimento das redes de amparo social, a sensação de aumento da corrupção no governo e no meio empresarial e a diminuição da confiança em instituições públicas.
"Nós obviamente temos uma crise social nos Estados Unidos: mais desigualdade, menos confiança, menos fé no governo", disse Jeffrey Sachs, professor da Universidade Columbia de Nova York e diretor da SDSN, à Reuters no lançamento do relatório, realizado na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.