Por Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - Os principais partidos da Itália --cujo acordo para renovar o sistema eleitoral desmoronou na quinta-feira-- ainda podem salvar um acordo para reformar a cena política notoriamente instável do país, disse Matteo Renzi, líder do governista Partido Democrático nesta sexta-feira.
Renzi, entretanto, disse que essas esperanças são pequenas e pareceu não estar com nenhuma pressa para realizar eleições antecipadas, dizendo que quer focar nos principais problemas do país nos "próximos dias, semanas e meses".
Ações e títulos italianos se fortaleceram nas últimas 24h, com investidores, temerosos da instabilidade política na terceira maior economia da zona do euro, apostando que a ruptura do acordo reduzirá o risco de uma eleição antecipada este ano.
Renzi culpou o Movimento 5-Estrelas anti-establishment pelo colapso do pacto e sugeriu que a Itália pode ir às urnas usando o atual sistema de votos, com apenas alguns ajustes.
Entretanto, ele não estabeleceu nenhum período de tempo para tal movimento e deixou a porta aberta para mais conversas com os principais partidos de oposição, incluindo a legenda de centro-direita Forza Italia de Silvio Berlusconi.
"Se existirem as condições para que nós possamos elaborar uma boa lei todos juntos, com a Forza Italia, com o 5-Estrelas; se inesperadamente as pessoas retomarem o bom senso e a razão, então veremos", disse Renzi durante uma transmissão em sua página no Facebook.
"Me desculpe se eu não estou particularmente otimista neste ponto", acrescentou.
A legislatura está prevista para durar até maio de 2018, mas Renzi, que resignou como primeiro-ministro em dezembro, após perder um referendo sobre uma reforma constitucional, interferiu nos bastidores por uma eleição antecipada em um esforço de recuperar o poder.
Entretanto, o presidente Sergio Mattarella disse que o Parlamento precisa antes elaborar novas regras de votação porque atualmente há muitas divergências entre os sistemas para eleger membros das câmaras alta e baixa.