Por Josue Gonzalez e Jorge Lopez
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Centenas de postulantes a asilo haitianos se reuniram diante da agência de refugiados do México na capital do país e em abrigos de Monterrey, uma cidade do norte, na quarta-feira, enquanto imigrantes contidos por uma repressão na fronteira dos Estados Unidos também buscavam amparo legal no México.
Quase 10 mil imigrantes majoritariamente haitianos continuam sujeitos a condições cada vez piores em um campo improvisado, que foi montado sob uma ponte que atravessa o Rio Grande ligando a cidade texana de Del Rio à mexicana Ciudad Acuna.
Nos últimos dias, autoridades dos EUA retiraram ao menos quatro mil pessoas do local para registrá-las em centros de detenção. Cerca de 523 haitianos foram mandados de volta para casa em quatro voos, e as repatriações devem continuar de maneira constante, informou o Departamento de Segurança Interna dos EUA.
Filippo Grandi, o alto comissário da ONU para refugiados, alertou que as expulsões dos EUA em uma situação tão volátil podem violar a lei internacional.
As cenas caóticas na fronteira e a notícia sobre voos de deportação convenceram alguns imigrantes haitianos que estariam de passagem pelo México que seria melhor buscar uma legalização ali do que arriscar cruzar a divisa norte-americana.
"Minha ideia é encontrar uma vida melhor, onde quer que a encontre... nunca disse que tinha que ser nos Estados Unidos", disse Wilner Plaisir, postulante a asilo haitiano que esperava diante da agência de refugiados mexicana Comar na Cidade do México na quarta-feira.