Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - O ex-chefe militar Benny Gantz recebeu um mandato oficial nesta quarta-feira para tentar formar o próximo governo de Israel, mas sem um caminho fácil para encerrar o longo período no poder do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Vinda na esteira das eleições inconclusivas de abril e setembro, a indicação de Gantz assinalou a primeira vez desde 2008 em que outro que não Netanyahu, de 70 anos, foi instruído pelo presidente israelense a montar uma coalizão governista.
Gantz, chefe do partido de centro Azul (SA:AZUL4) e Branco, terá 28 dias para realizar a tarefa atribuída pelo presidente Reuven Rivlin em uma cerimônia televisionada.
Inicialmente, Rivlin deu a Netanyahu uma chance de formar um governo. Mas o premiê, que comanda o partido de direita Likud, anunciou na segunda-feira que estava desistindo do esforço, abrindo caminho para seu principal rival receber tal oportunidade.
Substituir até mesmo um Netanyahu enfraquecido, que ocupa o cargo há uma década e que pode ser indiciado por supostos atos de corrupção que ele nega, pode ser difícil sem uma mudança significativa de alianças políticas – e um fracasso de Gantz pode levar a uma nova eleição.
Gantz, que liderou os militares de Israel entre 2011 e 2015, atualmente conta com o endosso de somente 54 parlamentares – sete aquém de uma maioria parlamentar que nem o ex-general de 60 anos nem Netanyahu conseguiram assegurar nas votações do mês passado e de abril.
(Por Jeffrey Heller)