Por Gram Slattery e James Oliphant e Nathan Layne
SEABROOK (Reuters) - O governador da Flórida, Ron DeSantis, encerrou sua campanha em busca da indicação republicana à Casa Branca no domingo e declarou apoio a Donald Trump apenas dois dias antes das primárias cruciais de New Hampshire, deixando a ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU Nikki Haley como a principal adversária de Trump.
A decisão de DeSantis, menos de uma semana depois de sua derrota para Trump em Iowa, apesar de um enorme investimento no local, representa uma queda de prestígio após DeSantis ter sido amplamente visto como a alternativa mais promissora dos republicanos a Trump antes da eleição em novembro.
Sua saída prepara a batalha que Haley cobiçou contra Trump, o ex-presidente que manteve um controle férreo sobre o eleitorado republicano apesar de enfrentar quatro processos criminais. Trump se declarou inocente em todos.
Mas os apoiadores de DeSantis parecem mais propensos a mudar seu endosso para Trump do que para a mais moderada Haley. Em New Hampshire, cerca de dois terços dos apoiadores de DeSantis citam Trump como sua segunda opção, disse Andrew Smith, diretor do Centro de Pesquisas da Universidade de New Hampshire.
Em um vídeo postado no X, DeSantis endossou Trump ao mesmo tempo em que fez um disparo de despedida contra Haley.
"Ele tem o meu apoio porque não podemos voltar à velha guarda republicana de outrora: uma forma reempacotada de corporativismo requentado que Nikki Haley representa", disse DeSantis.
Em um comício na noite de domingo em Rochester, New Hampshire, Trump - que passou boa parte do ano passado atacando DeSantis - elogiou o governador e disse que estava ansioso para trabalhar em conjunto para derrotar o presidente norte-americano, Joe Biden, provável candidato democrata.
Trump tem uma vantagem de dois dígitos sobre Haley em New Hampshire, de acordo com as pesquisas, e sua campanha espera que uma segunda vitória consecutiva torne sua eventual indicação praticamente inevitável.
Ele também tem uma vantagem dominante na Carolina do Sul, que vota em 24 de fevereiro. Uma derrota de Haley em seu Estado natal - onde ela foi governadora de 2011 a 2017 - provavelmente arruinaria sua campanha.
Em um evento em Seabrook, New Hampshire, Haley recebeu aplausos quando anunciou que DeSantis havia desistido.
David Kochel, estrategista republicano que trabalhou em cinco campanhas presidenciais, disse que a saída de DeSantis provavelmente não mudaria os contornos básicos da campanha, já que seu apoio havia diminuído.
"A disputa precisa de uma grande mudança dinâmica, e não acho que a desistência de DeSantis seja uma grande questão, já que ele não tinha muito a fazer em New Hampshire e nem mesmo na Carolina do Sul", afirmou ele.
Outro consultor republicano, Ford (NYSE:F) O'Connell, que tem vínculos com os campos de Trump e DeSantis, disse que espera que a maioria dos eleitores de DeSantis se "volte" para Trump.
"Sem dúvida, Trump é o beneficiário do fato de DeSantis ter encerrado sua campanha", declarou.