Por Joseph Menn
SAN FRANCISCO (Reuters) - O grupo chinês de hackers suspeito de roubar informações sensíveis sobre milhões de funcionários atuais e antigos do governo dos Estados Unidos tem uma estrutura organizacional e missão diferentes dos hackers militares que foram acusados de outros roubos de dados nos EUA, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Enquanto o Exército de Libertação Popular da China normalmente visa segredos comerciais e de defesa, esse grupo de hackers tem acessado repetidamente dados que podem ser úteis à contrainteligência e estabilidade interna da China, de acordo com duas pessoas familiarizadas com a investigação dos EUA.
Washington não acusou publicamente Pequim de orquestrar o ataque eletrônico contra o escritório de administração de pessoal dos EUA, e a China refutou como "irresponsável e não científica" qualquer sugestão de que esteja por trás do ataque. [nL1N0YR0BZ]
Fontes disseram à Reuters que os hackers usaram uma ferramenta rara para assumir controle remoto de computadores, chamada de Sakula, que também foi acusada na invasão eletrônica da seguradora de saúde norte-americana Anthem no ano passado.
O ataque contra a Anthem, por sua vez, foi ligado a um grupo que segundo pesquisadores de segurança é afiliado ao Ministério de Segurança do Estado da China, que é focado na estabilidade do governo, contrainteligência e dissidentes. O ministério não pôde ser contatado de imediato para comentar.
"A lei chinesa proíbe ataques de hackers e outros comportamentos do tipo que prejudica a segurança na Internet", disse o Ministério de Relações Exteriores da China em comunicado. "O governo da China adota medidas fortes resolutas contra qualquer tipo de ataque eletrônico. Nos opomos a insinuações infundadas contra a China".