MOSCOU (Reuters) - A Rússia acusou um norte-americano preso de espionagem, informaram agências de notícias estatais, aumentando a pressão sobre o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tenta encontrar uma maneira de trazer vários cidadãos detidos em território russo para casa.
As agências de notícias russas RIA e Tass disseram que o tribunal de Lefortovo, em Moscou, manteve Gene Spector sob custódia antes do julgamento por suspeita de espionagem, punível com pena de prisão de 10 a 20 anos.
"O tribunal concedeu o pedido da investigação para deter o cidadão norte-americano Spector sob acusações de acordo com o Artigo 276 (espionagem) do Código Penal da Federação Russa", disse a Tass citando uma fonte não identificada no tribunal.
As agências de notícias não divulgaram detalhes sobre as novas acusações, mas disseram que a sessão do tribunal foi realizada a portas fechadas, já que os materiais do caso são confidenciais.
Spector já está cumprindo uma sentença de 3 anos e meio após se declarar culpado por seu papel no suborno de um assistente do ex-vice-premiê russo Arkady Dvorkovich, segundo as agências de notícias.
Spector nasceu onde hoje é São Petersburgo e depois se mudou para os Estados Unidos. Antes de sua prisão em 2021, ele atuou como presidente do conselho do Medpolymerprom Group, uma empresa especializada em medicamentos para a cura do câncer, disse a Tass.
Falando à CNN, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que o governo ainda está coletando informações sobre o caso e ainda não tinha comentários. O Departamento de Estado não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Os EUA têm conversado com a Rússia sobre maneiras de trazer de volta para o país vários norte-americanos detidos em Moscou, incluindo o repórter do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan.
O Kremlin confirmou que manteve algumas discussões com Washington, mas disse repetidamente que as trocas só podem ser consideradas após julgamentos e alertou que as tentativas dos EUA de falar publicamente sobre as conversas prejudicarão os esforços.
Desde que a guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, os EUA têm pedido repetidamente a seus cidadãos que deixem a Rússia devido ao risco de prisão arbitrária ou assédio por parte das agências policiais russas.