MOSCOU (Reuters) - Um tribunal da Rússia sentenciou o jornalista ucraniano Roman Sushchenko a 12 anos de prisão nesta segunda-feira depois de condená-lo por espionagem em um caso que seu advogado e a Ucrânia disseram ter sido fabricado por razões políticas.
As relações entre Moscou e Kiev estão tensas desde 2014, quando uma revolta popular tirou um presidente pró-Rússia do poder. Mais tarde a Rússia anexou a Crimeia da Ucrânia e apoiou uma insurgência separatista pró-russa no leste do país vizinho.
O serviço de segurança estatal russo FSB deteve Sushchenko, de 49 anos, em 2016 depois que ele voou a Moscou vindo de Paris, onde trabalhou como correspondente da agência de notícias estatal ucraniana Ukrinform.
O FSB acusou Sushchenko de trabalhar para a inteligência militar de seu país e de reunir informações confidenciais sobre os militares russos, acusações que ele negou.
Mark Feygin, advogado de Sushchenko, disse nesta segunda-feira que uma corte de Moscou sentenciou seu cliente a 12 anos em uma prisão de segurança máxima depois de condená-lo e que apelará.
"Consideramos Roman Sushchenko inocente, mas em tais casos só resultados políticos são possíveis", disse Feygin aos repórteres após o veredicto.
O próprio Feygin foi privado de sua condição de advogado durante o julgamento, uma medida que ele acredita ter ligação com seu trabalho em defesa de Sushchenko.