MOSCOU (Reuters) - A Rússia anunciou nesta quinta-feira que estava expulsando dois diplomatas norte-americanos acusados de trabalhar com um cidadão russo acusado de colaborar com um Estado estrangeiro.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse em um comunicado que convocou a enviada dos Estados Unidos Lynne Tracy e disse a ela que o primeiro secretário da embaixada Jeffrey Sillin e o segundo secretário David Bernstein precisam deixar a Rússia dentro de sete dias.
"As pessoas citadas realizaram atividades ilegais, mantendo contato com o cidadão russo R. Shonov, acusado de 'cooperação confidencial' com um Estado estrangeiro", afirmou o ministério.
Robert Shonov, de nacionalidade russa, foi funcionário do Consulado Geral dos EUA na cidade de Vladivostok, no leste da Rússia, por mais de 25 anos, até que a Rússia, em 2021, ordenou a saída da equipe local da missão dos EUA.
Em agosto, os Estados Unidos acusaram Moscou de tentar intimidar e assediar funcionários dos EUA depois que a mídia estatal russa informou que Shonov havia sido acusado pelos serviços de segurança de coletar informações sobre a guerra na Ucrânia e outras questões para Washington.
De acordo com a agência de notícias estatal russa TASS, o serviço de segurança FSB disse que Shonov transmitiu informações aos funcionários da embaixada dos EUA em Moscou sobre como a campanha de recrutamento da Rússia estava impactando o descontentamento político antes da eleição presidencial de 2024 na Rússia.
O FSB afirmou que planejava interrogar os funcionários da embaixada dos EUA que estavam em contato com Shonov, que está preso desde maio.
O Ministério das Relações Exteriores disse na quinta-feira que Shonov havia sido pago para realizar tarefas destinadas a prejudicar a segurança nacional da Rússia e que qualquer interferência da embaixada dos EUA em seus assuntos internos seria reprimida.
(Reportagem da Reuters)