Por Ingrid Melander e Sophie Louet
PARIS (Reuters) - O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy iniciou uma volta à cena política ao levar seu grupo conservador à vitória sobre a Frente Nacional, de extrema direita, nas eleições locais na França, mas ainda tem grandes obstáculos pela frente para suas ambições presidenciais.
Os resultados do primeiro turno das eleições locais de domingo significam que o partido UMP, de Sarkozy, está bem posicionado para obter ganhos importantes no segundo turno, marcado para 29 de março, nos departamentos franceses, conquistando terreno sobre os socialistas, do atual presidente François Hollande.
Isso vai silenciar os críticos, que haviam minimizado o retorno de Sarkozy somente quatro meses depois de ele deixar a aposentadoria, apontando disputas políticas no UMP e pesquisas que apontavam que nem mesmo os eleitores inclinados à direita tinham certeza se o queriam de volta.
"Vantagem Sarkozy", escreveu o jornal Le Parisien em sua manchete de capa ao lado de uma foto de um sorridente Sarkozy. "Para seu primeiro teste eleitoral desde sua volta, o líder do UMP conseguiu."
Mas sua vitória acontece em parte graças à frágil aliança com partidos centristas bem afastados de sua linha dura em assuntos como imigração e identidade nacional. Isso significa que ainda há dúvidas sobre como UMP vai se posicionar para as eleições presidenciais de 2017 e sobre quem será o candidato do partido.
"Não é favas contadas para Sarkozy", disse Jerome Fourquet do instituto de pesquisas Ifop. "O UMP ainda vai ser atingido por tensões e divisões entre aqueles que querem uma linha mais direitista e aqueles que querem alianças com o centro", acrescentou.
O UMP e seus aliados somados conseguiram pouco mais de 29 por cento nas eleições de domingo, com vantagem sobre a Frente Nacional, de Marine Le Pen, que ficou com 25 por cento dos votos, e sobre os socialistas, que tiveram 22 por cento.
Mas a votação do UMP foi impulsionado pelos votos obtidos pelos centristas UDI e MoDem. Embora não exista dados sobre a votação do UMP sozinho, ela seria alguns pontos percentuais menor sem a ajuda dos aliados de centro, como Le Pen fez questão de lembrar no domingo.
(Reportagem adicional de Emmanuel Jarry e Lucien Libert)