Por Timothy Gardner
WASHINGTON (Reuters) - Dois senadores democratas pediram nesta quarta-feira às autoridades do governo Trump que interrompam as negociações com a Arábia Saudita sobre a construção de reatores nucleares depois dos ataques do fim de semana que reduziram pela metade a produção de petróleo do país e aumentaram a instabilidade no Oriente Médio.
O secretário de Energia dos EUA, Rick Perry, disse a repórteres na terça-feira em uma conferência sobre energia nuclear em Viena que os Estados Unidos só iriam fornecer para a Arábia Saudita a tecnologia nuclear se o reino assinar um acordo com a agência da ONU permitindo inspeções intrusivas.
Mas a Arábia Saudita resiste em concordar com restrições estritas de não proliferação, conhecidas como padrão ouro, que a impediriam de enriquecer urânio e reprocessar combustível irradiado, os quais são caminhos potenciais para a fabricação de uma bomba nuclear.
Os senadores Ed Markey e Jeff Merkley, membros do Comitê de Relações Exteriores do Senado, escreveram ao secretário de Estado, Mike Pompeo, e a Perry pedindo para o governo interromper as recentes conversas com o reino sobre o desenvolvimento de energia nuclear.
Os parlamentares estão preocupados com a relutância da Arábia Saudita em concordar com o padrão ouro, depois que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman disse no ano passado que seu país não quer armas nucleares, mas as perseguirá se seu rival Irã desenvolver uma.
"O compartilhamento de tecnologia nuclear com a Arábia Saudita, especialmente sem salvaguardas adequadas, dará a Riad as ferramentas necessárias para transformar em realidade a visão de armas nucleares do príncipe herdeiro", afirma a carta de Markey e Merkley, que teve uma cópia vista pela Reuters.