BRASÍLIA (Reuters) - Após afirmar em entrevista a um jornal chileno que será necessário usar a força "de alguma maneira" para tirar do poder o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta sexta-feira que "o Brasil não pensa nisso" ao ser questionado sobre uma intervenção militar no país vizinho.
Na declaração ao jornal chileno, o filho do presidente Jair Bolsonaro, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e conselheiro informal do presidente em temas de política externa, disse que será necessário o uso da força de alguma maneira, já que Maduro seria “um criminoso”.
Ele repetiu, de acordo com o jornal, a frase do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que “todas as opções estão sobre a mesa” para solucionar a crise na Venezuela.
Nesta sexta, ao ser indagado sobre a declaração por jornalistas em Santiago, onde acompanha o presidente em visita oficial, Eduardo amenizou o tom.
"O Brasil não pensa nisso", disse sobre a possibilidade de o país participar de uma intervenção militar na Venezuela, país que tem sido assolado por uma crise política, social e econômica.
O governo Bolsonaro reconheceu o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como chefe de Estado legítimo do país, depois de ele se autoproclamar presidente interino, alegando que a votação que reelegeu Maduro no ano passado foi fraudada.
Além de acompanhar Bolsonaro na visita oficial ao Chile, Eduardo também viajou com o pai aos Estados Unidos no começo desta semana e participou do encontro privado de Bolsonaro com Trump, onde além dos dois estavam presentes apenas os dois tradutores.
Segundo o deputado, ele foi convidado pelo próprio presidente dos EUA a permanecer no Salão Oval da Casa Branca durante a conversa reservada entre os dois líderes.
Depois do encontro na Casa Branca, em uma rápida entrevista à imprensa, Bolsonaro afirmou que não poderia contar o que tratou com Trump na conversa privada, mas garantiu que o Brasil levaria a diplomacia em primeiro lugar ao tratar da questão venezuelana.
(Por Lisandra Paraguassu e Eduardo Simões)