Por Joyce Lee e Hyonhee Shin
SEUL/HANÓI (Reuters) - A Coreia do Sul trabalhará com os Estados Unidos e a Coreia do Norte para que cheguem a um acordo sobre a desnuclearização, disse o presidente sul-coreano nesta sexta-feira, um dia depois de conversas entre os líderes norte-americano e norte-coreano fracassarem por conta das sanções.
A segunda cúpula entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, no Vietnã foi abreviada porque os dois não conseguiram chegar a um acordo quanto à amplitude de um alívio das sanções que Pyongyang obteria em troca de adotar medidas para abdicar de seu programa nuclear.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, tem sido um apoiador ativo dos esforços para encerrar os confrontos na península coreana. Ele se encontrou com Kim três vezes no ano passado e tem tentado facilitar suas negociações nucleares com Washington.
"Minha administração se comunicará e cooperará estreitamente com os Estados Unidos e a Coreia do Norte de forma a ajudar suas conversas a chegaram a um acordo completo através de todos os meios", disse Moon em um discurso em Seul, a capital sul-coreana.
Moon também disse que seu país consultará os EUA sobre maneiras de retomar projetos conjuntos com seu vizinho do norte, incluindo o desenvolvimento do turismo no Monte Kumgang e no complexo industrial de Kaesong, ambos na Coreia do Norte.
A cúpula de Hanói aconteceu oito meses depois de Trump e Kim se encontrarem pela primeira vez em Cingapura e concordarem em estabelecer novas relações e uma paz em troca do compromisso norte-coreano de trabalhar para a desnuclearização total da península coreana.
Trump disse que os dois dias de conversas renderam avanços, mas que é importante não fechar um acordo ruim às pressas e que desistiu por causa de exigências inaceitáveis da Coreia do Norte.
"Foi tudo por causa das sanções", disse Trump em uma coletiva de imprensa depois que as conversas foram encurtadas. "Basicamente, eles queriam que as sanções fossem suspensas em sua totalidade, e não poderíamos fazer isso."
Mas o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong Ho, disse em uma coletiva de imprensa à meia-noite, realizada depois de Trump partir de Hanói, que sua nação só pediu a suspensão parcial das sanções "relacionadas ao sustento das pessoas e sem relação com sanções militares".
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES