Por Sudip Kar-Gupta e Geert De Clercq
PARIS (Reuters) - Sindicatos franceses bloquearam várias refinarias de petróleo nesta terça-feira com o objetivo de causar escassez em postos de gasolina depois que uma greve de transporte público de um mês não forçou o governo a retirar seus planos de uma reforma da Previdência.
Os trabalhadores das refinarias da Exxon Mobil (NYSE:XOM) France em Port Jerome e em Fos iniciaram uma greve de quatro dias, informou a Confederação Geral do Trabalho (CGT).
Uma porta-voz da Exxon confirmou que a unidade que produz 140 mil barris por dia em Fos-sur-Mer, responsável por cerca de 10% da produção francesa, foi bloqueada, mas acrescentou que a refinaria de Port Jerome, com produção de 240 mil barris por dia, estava operando normalmente.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, disse que o país não corre risco de escassez de combustível e que a polícia garantirá que os estoques de petróleo não sejam bloqueados.
"As pessoas têm o direito de greve, mas não têm o direito de bloquear as refinarias", disse ele à rádio RTL, referindo-se a piquetes dos trabalhadores para obstruir os portões da unidade.
Philippe disse que estava aberto a discutir mudanças na idade média de aposentadoria com os sindicatos, um dos principais pontos polêmicos dos planos de reforma previdenciária que desencadearam protestos.
O Ministério do Meio Ambiente disse que todas as refinarias francesas continuavam operando, mas cinco dentre sete estavam temporariamente tendo dificuldade em distribuir seus produtos.
A pasta informou não esperar problemas com postos de gasolina, cujos suprimentos são garantidos por uma rede separada de 200 depósitos.
Na terça-feira, apenas três desses depósitos relataram dificuldades enquanto outros estavam operando normalmente, disse o ministério, acrescentando que a França tem estoques correspondentes a mais de três meses de consumo de combustível.
Um porta-voz da UFIP, da indústria petroleira francesa, disse que em todo o país apenas 155 dos 11 mil postos de gasolina --cerca de 1,5%-- sofreram escassez de alguns produtos.
A Total disse que apenas cerca de 5% de sua equipe de refinaria estava em greve e que suas cinco refinarias estavam armazenando sua produção enquanto os embarques eram bloqueados pelos piquetes.
(Por Gabriel Ponte; Edição de XXX)