Por Will Dunham
WASHINGTON (Reuters) - Um dos maiores planetas já detectados orbita a uma distância enorme duas estrelas cuja massa combinada é mais de dez vezes maior que a do nosso sol, uma família celestial extrema que destrói as suposições a respeito do tipo de lugar onde planetas podem existir.
O planeta, situado a cerca de 325 anos-luz da Terra, é um gigante de gás aparentemente semelhante a Júpiter na composição, mas cerca de 11 vezes mais maciço, disseram pesquisadores nesta quarta-feira. Ele pertence a uma classe planetária denominada "super Júpiters", que ultrapassam a massa do maior planeta do nosso sistema solar.
Ele orbita um par de estrelas gravitacionalmente presas uma à outra, um chamado sistema binário, e tem o que pode ser a órbita mais ampla de qualquer planeta conhecido: cerca de 100 vezes mais ampla do que a órbita de Júpiter ao redor do nosso sol e cerca de 560 vezes mais ampla do que a da Terra.
Até agora, nunca se havia encontrado um planeta orbitando uma estrela com mais do que três vezes a massa do sol. Estrelas maiores do que isso emitem tanta radiação que se acreditava que seu calor impedia o processo de formação planetária. A nova descoberta acaba com esta crença.
"A formação planetária parece ser um processo incrivelmente diversificado. Ela superou nossa imaginação muitas vezes no passado e provavelmente continuará a fazê-lo no futuro", disse o astrônomo Markus Janson, da Universidade de Estocolmo da Suécia, o principal autor da pesquisa publicada no periódico científico Nature.