Por Ahmed Aboulenein
BAGDÁ (Reuters) - O principal tribunal do Iraque confirmou nesta quinta-feira a validade de uma lei que exigiu uma recontagem nacional dos votos de uma eleição parlamentar de maio, mas determinou que a anulação de votos do exterior, de pessoas deslocadas e de combatentes peshmergas foi inconstitucional.
O Iraque, segundo maior produtor de petróleo entre os membros da Opep, enfrenta uma incerteza política desde a votação, que foi ofuscada por um baixo comparecimento histórico e alegações de fraude.
O Parlamento, que ordenou a recontagem depois que um relatório do governo apontou a ocorrência de violações graves, também cancelou alguns resultados, como os de votos do exterior e de pessoas deslocadas, mas essa medida foi considerada inconstitucional.
O veredicto da Suprema Corte Federal confirmou o processo de recontagem, que foi contestado pela comissão eleitoral e por alguns partidos que obtiveram ganhos significativos na eleição.
"A Suprema Corte Federal considera que a decisão do Parlamento foi organizar o processo eleitoral e restaurar a confiança do eleitorado no processo eleitoral; isto estava dentro dos direitos constitucionais do Parlamento e não contradiz a Constituição", disse o juiz Medhat al-Mahmoud.
Parlamentares presentes comemoraram quando Mahmoud leu o veredicto. O processo de recontagem começou a partir do momento em que juízes assumiram a liderança da Alta Comissão Eleitoral Independente do Iraque. O veredicto é definitivo e não está sujeito a apelação.