Por Sayed Hassib e Samar Zwak
CABUL (Reuters) - O Taliban alertou o governo do Afeganistão nesta quinta-feira a não ferir nenhum de seus prisioneiros em reação a relatos de que o presidente afegão, Ashraf Ghani, irá ordenar a execução de 11 militantes no corredor da morte como vingança pelo ataque devastador com um caminhão-bomba em Cabul.
O governo frágil e dividido de Ghani passou a ser ainda mais pressionado por sua incapacidade de proporcionar segurança após uma série de ataques de grande repercussão que já mataram centenas de soldados e civis neste ano.
A explosão de quarta-feira, ocorrida no início do mês muçulmano sagrado do Ramadã, atingiu uma rua de tráfego intenso e repleta de pessoas a caminho da escola ou do trabalho durante o horário de pico matutino, causando centenas de vítimas em um instante e criando uma coluna de fumaça negra sobre a cidade.
Tratou-se de um dos piores ataques do tipo desde a campanha liderada pelos Estados Unidos para depor o Taliban em 2001 e o mais recente de uma série que já matou milhares de civis ao longo de anos.
Salim Rasouli, diretor dos hospitais de Cabul, disse que 80 mortos e 461 feridos foram levados aos hospitais da capital, mas que se sabe de ao menos 10 outras pessoas desaparecidas e que se teme estarem mortas, e cujos familiares continuam procurando em necrotérios e hospitais mais de 24 horas após o atentado.
O Taliban negou a responsabilidade, mas o Diretório Nacional de Segurança, a principal agência de inteligência do Afeganistão, culpou a rede Haqqani, um grupo filiado e integrado diretamente ao Taliban, e disse que este agiu com ajuda do serviço inteligência do Paquistão – alegação rejeitada pela chancelaria paquistanesa.