JOHANESBURGO (Reuters) - O Tesouro Nacional da África do Sul concluiu sua investigação sobre a suposta corrupção na companhia elétrica estatal Eskom e a empresa estatal de logística Transnet e dará às partes interessadas duas semanas para responder antes de tornar suas descobertas públicas.
Em comunicado neste domingo, o Tesouro afirmou ter completado um esboço de relatório sobre sua investigação de acordos de fornecimento de carvão entre a Eskom e a Tegeta Exploration and Resources - companhia da família Gupta que o órgão de vigilância de corrupção da África do Sul acusa de usar suas relações com o ex-presidente Jacob Zuma para influenciar e vencer contratos de governo.
O relatório também cobre alegações de má conduta em relação à compra de mais de mil trens da China South Rail feita pela empresa estatal de logística Transnet.
Um inquérito judicial sobre o que foi chamado de "captura do Estado" - corrupção generalizada envolvendo bilhões de rands de contratos estatais durante a presidência de Zuma - deve começar no próximo mês. Companhias internacionais afetadas incluem a consultoria global McKinsey, a alemã SAP e a gigante de relações públicas Bell Pottinger.
"O relatório foi entregue às partes interessadas para comentários. Elas tiveram duas semanas para responder", disse o Tesouro.
A investigação da Eskom e da Tegeta concentrou-se na venda, em 2015, da Optimum Coal Mine pela multinacional Glencore (LON:GLEN) para a Tegeta.
Zuma e os Guptas negaram ter cometido erros. A Reuters não foi capaz de verificar de forma independente as alegações.
No começo de julho, o filho de Zuma, Duduzane, foi preso e depois liberado por fiança por ter levado o ex-vice-ministro das Finanças a se reunir em 2015 com os Guptas, que tentaram suborná-lo com 600 milhões de rands (45,58 milhões de dólares) --segundo o ex-vice-ministro --em sua presença.
(Por Mfuneko Toyana)