Por Tommy Wilkes e Abhishek Madhukar
DHARAMSALA, Índia (Reuters) - Tibetanos que vivem no exílio reelegeram um advogado educado na prestigiosa Universidade de Harvard como líder político para o comando de uma campanha que irá pressionar a China a conceder autonomia ao Tibete, informou o governo tibetano exilado nesta quarta-feira.
Lobsang Sangay, que lidera a diáspora de cerca de 150 mil tibetanos desde 2011, quando o líder religioso Dalai Lama abriu mão do comando político, obteve 57 por cento dos quase 60 mil votos computados, disseram autoridades tibetanas na cidade indiana de Dharamsala.
"Votei nele por causa de sua formação escolar", disse Choezin, monge de 53 anos que fugiu do Tibete em 1985 para se instalar em Dharamsala, sede do governo no exílio.
"Sua Santidade quer alguém que possa continuar o trabalho que fez. Ele disse que Sangay é o homem certo".
O Dalai Lama, que está com 81 anos, tentou criar um sistema de governo democrático para os tibetanos exilados que fosse forte o suficiente para manter a comunidade unida e negociar com a China após sua morte.
As dúvidas a respeito do que acontecerá quando o vencedor do Prêmio Nobel da Paz morrer, em meio a asserções conflitantes a respeito de seu sucessor, aprofundaram a necessidade de um líder dotado de legitimidade democrática para os tibetanos.
Grupos exilados dizem querer uma autonomia genuína para o Tibete, ao invés de uma independência. Pequim afirma que o Tibete já desfruta de uma autonomia genuína e que os grupos no exílio procuram dividir o país.