Por Elizabeth Piper
BRIGHTON, Inglaterra (Reuters) - O Reino Unido pode permanecer na união aduaneira com a União Europeia depois de deixar o bloco se os trabalhistas conquistarem o poder, disse o principal partido de oposição nesta segunda-feira, colocando pressão sobre o dividido governo da premiê britânica, Theresa May.
O porta-voz trabalhista para o Brexit, Keir Starmer, disse que o partido está pronto para assumir as negociações sobre a saída britânica da UE, alertando contra se retirar qualquer tema da mesa ao se olhar para os futuros laços do Reino Unido com a UE.
Após meses se posicionado com pouca diferença em relação ao governista Partido Conservador no que diz respeito à separação, o Partido Trabalhista mudou de rumo no último mês ao sugerir que, se chegar ao poder, pressionaria por permanecer no mercado comum europeu por um período de transição para suavizar a partida do Reino Unido em março de 2019.
Starmer levou essa posição além. "Se estivéssemos no governo... nós negociaríamos um acordo final... que mantivesse os benefícios da união aduaneira e do mercado comum", afirmou a centenas de membros do Partido Trabalhista na cidade de Brighton, no sul da Inglaterra.
"Dependendo, é claro, das negociações, continuar de alguma forma na união aduaneira com a UE é possível e um destino para os trabalhistas", acrescentou.
Mas, ao mesmo tempo em que coloca pressão sobre as propostas de May para o Brexit, a proposta também pode aumentar as divisões entre os trabalhistas, colocando aqueles que defendem os laços econômicos mais próximos com a UE de um lado e aqueles que defendem uma separação total de outro.