Por Crispian Balmer e Angelo Amante
ROMA (Reuters) - Um tribunal de apelações da Itália reverteu, nesta quinta-feira, condenações de um grande julgamento da máfia, derrubando acusações segundo as quais o Estado se aliou com mafiosos sicilianos depois de uma série de ataques com bomba nos anos 1990.
Em um veredicto lido em Palermo, capital da Sicília, o juiz Angelo Pellino disse que três ex-investigadores da polícia e um associado íntimo do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi não cometeram nenhum crime no caso que sacudiu o país.
Mas ele manteve veredictos de culpa de dois mafiosos, incluindo Leoluca Bagarella, assassino condenado da família mafiosa Corleone.
A decisão completa do juiz será publicada em uma data posterior. Seu parecer inicial disse que as acusações apresentadas contra os investigadores não constituem um crime, insinuando que as autoridades poderiam contatar mafiosos se achassem necessário.
O caso envolveu alegações de que representantes do Estado negociaram com a máfia após uma sequência de ataques com bomba e assassinatos que mataram 23 pessoas, incluindo os destacados magistrados antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.
O veredicto original foi emitido em 2018 após um julgamento de cinco anos e disse que Marcello Dell'Utri, um confidente de Berlusconi, mediou um acordo com a máfia para deter os ataques.
A decisão provocou dúvidas sobre a eficácia e a coerência da justiça italiana. "Esta é só a prova mais recente da necessidade de uma reforma genuína e profunda da justiça", disse Matteo Salvini, chefe do partido Liga.