Por Mark Trevelyan
(Reuters) - Um russo que foi investigado pela polícia depois que sua filha fez um desenho anti-guerra na escola disse a um tribunal na capital regional de Tula nesta segunda-feira que preferia enfrentar a pena de morte a ser separado dela.
Alexei Moskalyov foi condenado em março a dois anos em uma colônia penal por desacreditar o exército russo. Ele fugiu da prisão domiciliar na cidade de Yefremov, na região de Tula, ao sul de Moscou, e foi para Belarus, mas foi rapidamente preso novamente e voltou para a Rússia.
Em uma audiência de recurso na segunda-feira, Moskalyov fez um discurso emocionado no qual disse que seu "coração sangra todos os dias" pela separação de sua filha adolescente Masha. Ele afirmou ainda que preferiria a pena de morte.
O tribunal manteve a sentença de dois anos e, adicionalmente, impôs uma proibição de dois anos a Moskalyov de usar a internet, disse seu advogado, Vladimir Biliyenko, à Reuters.
"Ele estava falando com o coração... Ele está sem a filha há muito tempo, ele disse que a criança é a razão de sua vida", disse Biliyenko. "Ele estava tentando apelar para a humanidade do tribunal, mas não funcionou."
Moskalyov foi condenado por comentários que ele mesmo teria publicado online sobre a guerra da Rússia na Ucrânia. Mas a investigação começou depois que sua filha Masha, então com 12 anos, fez um desenho no ano passado mostrando mísseis russos caindo sobre uma mãe e filho ucranianos, levando o diretor de sua escola a chamar a polícia.
O caso chamou a atenção mundial quando Masha foi afastada de seu pai e colocada em um orfanato antes de seu julgamento. Ela agora mora com a mãe, que se separou de Moskalyov, mas pai e filha ainda podem trocar cartas.
(Reportagem de Mark Trevelyan)