Por Tanisha Heiberg
PRETÓRIA (Reuters) - O Supremo Tribunal da África do Sul decidiu nesta sexta-feira que uma decisão de sete anos atrás de derrubar 783 acusações de corrupção contra o presidente Jacob Zuma é irracional e deve ser revista, em outro revés para o líder sul-africano já repleto de escândalos e que enfrenta pedidos por sua renúncia.
A decisão de abril 2009 de descartar as acusações permitiu que Zuma concorresse à Presidência nas eleições no mesmo mês.
O líder sul-africano se encontra em meio a diversos escândalos. As eleições locais deste ano apresentam um grande risco para o partido governista Congresso Nacional Africano, que enfrenta um forte desafio de oponentes que buscam capitalizar com o que veem como erros do presidente.
A decisão do procurador nacional Mokotedi Mpshe na época foi baseada em interceptações telefônicas apresentadas pela equipe de advogados de Zuma, que sugeria que o momento das acusações, no final de 2007, podiam ser parte de um esquema político contra ele.
No entanto, a juíza da alta corte Aubrey Ledwaba disse que o comportamento e pensamento de Mpshe era irracional, especialmente por não ter compartilhado a decisão com os procuradores até anunciar a decisão à nação em entrevista coletiva.
"Se a decisão foi racional e na lei, por que o segredo?", disse Ledwaba.
A decisão pressiona Zuma, que enfrenta pedidos de renúncia até dentro do Congresso Nacional Africano, após um julgamento da corte constitucional contra ele no mês passado.