Por Josh Smith e Soyoung Kim
SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que espera se encontrar com Kim Jong Un em breve, e agradeceu o líder da Coreia do Norte por devolver aos EUA os supostos restos mortais de soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia (1950-1953).
"Obrigado, presidente Kim Jong Un, por manter sua palavra e iniciar o processo de mandar para casa os restos de nossos grandes e queridos desaparecidos e tombados! Não estou nada surpreso que você tenha realizado esta ação gentil", escreveu Trump no Twitter.
"E obrigado também por sua carta simpática -- espero vê-lo em breve!", disse Trump, sem entrar em detalhes.
A promessa de devolver os restos mortais de soldados dos EUA foi feita durante uma cúpula histórica entre Trump e Kim em junho em Cingapura, na qual Pyongyang se comprometeu a trabalhar pela desnuclearização total da península coreana.
Kim enviou uma carta a Trump em meados de julho na qual disse esperar haver uma segunda reunião entre os dois, mas não ficou claro se esta foi a "carta simpática" à qual Trump se referiu nesta quinta-feira.
Trump também recorreu ao Twitter mais cedo para elogiar a "cerimônia incrivelmente bonita" no Havaí, na qual o vice-presidente Mike Pence ajudou a receber os restos mortais dos soldados.
Durante a cerimônia solene de quarta-feira, os EUA disseram que entre os restos pode haver norte-americanos mortos na Guerra da Coreia e agradeceram a Coreia do Norte por cumprir sua promessa de devolvê-los.
A promessa de transferir os despojos da guerra foi vista como um gesto de boa vontade de Kim na cúpula de Cingapura e foi o acordo mais concreto firmado pelas duas partes até agora.
"Sei que o presidente Trump é agradecido por o presidente Kim ter mantido sua palavra, e hoje vemos este progresso tangível em nossos esforços para obter a paz na península coreana", disse Pence, cujo pai lutou na Guerra da Coreia.
Mais de 7.700 soldados dos EUA que lutaram na Guerra da Coreia continuam desaparecidos, cerca de 5.300 deles no que hoje é a Coreia do Norte.
Outros países sob o comando da Organização das Nações Unidas (ONU) também perderam tropas que ainda não foram localizadas, entre eles Reino Unido, Austrália e Canadá.
Especialistas dizem que identificar positivamente os restos de décadas pode levar entre dias e décadas.
Mas John Byrd, diretor de análises da Agência de Verificação POW/MIA da Defesa dos EUA, disse aos repórteres na base aérea de Osan, na Coreia do Sul, que uma análise forense de campo inicial indicou que os "restos mortais são o que a Coreia do Norte disse que eles são" antes de os restos mortais serem levados de avião ao Havaí.